Quando a ansiedade assume o controle: como desacelerar a mente
Quando a ansiedade assume o controle: como desacelerar a mente
Sabe aquela sensação de que algo vai dar errado, mesmo sem motivo aparente? O coração dispara, as mãos ficam úmidas, a mente parece um turbilhão de pensamentos que não desaceleram. Você já passou por isso? Se sim, saiba que não está sozinho. A ansiedade faz parte da vida de milhões de pessoas no mundo e, quando em excesso, pode transformar situações comuns em verdadeiros desafios.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 300 milhões de pessoas convivem com transtornos de ansiedade. No Brasil, os números são ainda mais preocupantes: segundo o Covitel 2024, 56 milhões de brasileiros enfrentam algum nível desse problema. Mas o que faz a ansiedade surgir e, mais importante, como podemos controlá-la?
O lado útil da ansiedade (e quando ela se torna um problema)
Ao contrário do que muitos pensam, a ansiedade não é sempre prejudicial. Em níveis adequados, ela funciona como um mecanismo de proteção e motivação. É ela que nos mantém alertas em situações de risco, nos impulsiona a nos preparar para um grande evento ou até melhora nosso desempenho em momentos decisivos.
O problema começa quando essa ativação se torna constante e desproporcional. Em vez de nos ajudar a agir, a ansiedade excessiva nos paralisa. Ela interfere na rotina, dificulta a concentração e até provoca sintomas físicos, como falta de ar, dores no peito e insônia. Mas por que isso acontece?
O que acontece no cérebro ansioso?
Nosso cérebro tem um sistema de defesa altamente eficiente, que funciona como um alarme de perigo. A responsável por disparar esse alerta é a amígdala, uma estrutura que interpreta ameaças e prepara o corpo para reagir. Quando a ansiedade está desregulada, esse alarme toca o tempo todo, mesmo sem um motivo real.
O corpo responde liberando hormônios como adrenalina e cortisol, que nos deixam em estado de hiperatenção. Isso explica os sintomas físicos e aquela sensação de inquietação constante. Além disso, a ansiedade está ligada ao equilíbrio de neurotransmissores como a serotonina e o GABA. Quando esses mensageiros químicos estão em baixa, torna-se mais difícil relaxar e controlar os pensamentos acelerados.
Como acalmar uma mente ansiosa?
A boa notícia é que existem formas eficazes de reduzir a ansiedade e recuperar o controle. O primeiro passo é identificar os gatilhos: quais situações ou pensamentos costumam disparar essa sensação? A partir disso, podemos adotar estratégias para minimizar seu impacto. Algumas técnicas que ajudam são:
✅ Respiração consciente: técnicas de respiração profunda ajudam a reduzir a ativação do sistema nervoso e trazem mais calma em momentos de crise.
✅ Mindfulness: praticar a atenção plena no presente reduz os pensamentos excessivos sobre o futuro e a sensação de descontrole.
✅ Reestruturação cognitiva: desafiar pensamentos ansiosos e reformular interpretações negativas pode diminuir significativamente o impacto da ansiedade.
✅ Atividade física: movimentar o corpo libera neurotransmissores do bem-estar, reduzindo os efeitos do estresse e da ansiedade.
Quando procurar ajuda profissional?
Quando a ansiedade interfere na qualidade de vida, buscar apoio profissional pode ser um passo essencial. A terapia auxilia na compreensão dos padrões de pensamento, no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento e, em alguns casos, pode ser complementada com acompanhamento psiquiátrico e uso de medicação.
E aqui vai uma reflexão: você sabia que a ansiedade e a adrenalina da euforia seguem caminhos semelhantes no cérebro? O que muda é a forma como interpretamos a experiência. Talvez a chave esteja em aprender a reprogramar essa resposta. Que tal começar hoje?